segunda-feira, 24 de novembro de 2008

rinite

O que é rinite?

Rinite é uma inflamação das mucosas do nariz. Várias pessoas têm a doença, cuja incidência é de 4 em cada 10 pacientes, tanto adultos quanto crianças. As causas são várias: desde resfriados, produtos químicos, irritantes, até medicamentos e alergia. Seus sintomas são muito parecidos entre todos os tipos, levando as pessoas a pensar que rinite é um resfriado que não passa ou uma ”sinusite” acompanhada de dor de cabeça crônica.

Você pode ter rinite quando:

- Tem vários espirros em sucessão, especialmente pela manhã;
-
Seu nariz escorre e fica obstruído;
-
Ocorrem irritação e coceira no nariz, nos olhos e no céu da boca;
-
Seu olfato fica prejudicado; e
-
Tem dores de cabeça juntamente com outros sintomas destes já mencionados.

Os sintomas de todas as rinites são muito semelhantes: geralmente ocorrem obstrução nasal (nariz entupido), prurido (coceira no nariz), rinorréia (nariz escorrendo) e espirros. O indivíduo acredita estar sempre com resfriado, tem sensação de dor de cabeça (cefaléia) que aparece com as mudanças de temperatura e umidade e quando entra em contato com agentes alérgenos ou irritantes, como fumaça, produtos químicos ou perfumes.

Lugares frios e úmidos favorecem o aparecimento da rinite na medida que se usam mais cobertores e roupas de lã e o sol aparece por menos tempo.

Quais os tipos mais freqüentes?

A rinite medicamentosa é muito freqüente, pois as pessoas usam medicamentos no nariz sem orientação médica, ignorando os riscos que estão correndo. Muitos medicamentos usados no nariz podem causar rinite, ao invés de curá-la.

A rinite irritativa é comum nas grandes cidades, em locais muito poluídos e com agentes irritantes na atmosfera. Os sintomas podem acontecer em pessoas que trabalham sem usar máscaras em fábricas onde são manipulados materiais industriais ou em ambientes com muita poeira, ou que trabalham com tecidos. As crianças que estudam em locais poluídos, ou locais que estão em reforma, podem ter rinite irritativa.

A rinite vasomotora é também comum em ambientes poluídos, mas podem acontecer em outras áreas. Quem tem rinite vasomotora pode apresentar os sintomas quando fica nervoso ou quando está cansado ou com estresse (stress).

A rinite alérgica é muito comum, especialmente em cidades grandes, cujo ambiente é poluído e onde a poeira doméstica é abundante, e em locais úmidos, com mofo.

Quais os tipos menos freqüentes?

A rinite da gestante, a rinite do idoso, a rinite gustativa e a rinite do esportista são tipos bem especiais. São mais raras que as outras, mas não deixam de ser importantes. Existem mulheres que têm obstrução nasal somente durante a gravidez, sem nunca a terem apresentado antes de engravidar. Depois que a criança nasce, o problema termina. Os idosos têm uma rinite especial, que os mantêm com o nariz escorrendo (rinorréia) constantemente, sem parar. Este mesmo sintoma aparece em algumas pessoas, de todas as idades, quando se alimenta, especialmente de comidas com temperos fortes e apimentados (rinite gustativa). Outras têm obstrução nasal quando praticam esporte, o que as atrapalha muito, obrigando-as a tratar a rinite para poderem prosseguir adequadamente com o esporte.

A rinite é contagiosa?

Excetuando-se as rinites infecciosas, virais ou bacterianas, as outras não são contagiosas. Não passam de pessoa para pessoa com o convívio social ou com o relacionamento íntimo. São doenças que aparecem em pessoas que usam medicamentos sem prescrição médica ou respiram ar poluído ou ar com irritantes, como nas fábricas (sem proteção).

Os pais podem transmitir a rinite alérgica para os filhos através dos genes (suas características familiares), o que determina, muitas vezes, sintomas semelhantes entre pais e filhos.

A rinite tem cura?

A maioria das rinites tem cura, principalmente a medicamentosa e a irritativa. Todas têm tratamento. A rinite alérgica, a vasomotora, a do idoso, por exemplo, têm tratamento mas não têm cura. É muito importante que você saiba que, apesar disso, é possível viver sem sintomas, como uma pessoa normal, bastando que essas afecções sejam tratadas corretamente.

Quais as causas de piora da rinite?

Quanto mais se entrar em contato com as substâncias que causam irritação, maiores serão os sintomas. Os agentes irritantes da atmosfera poluída são prejudiciais, assim como substâncias químicas e produtos de limpeza. Fumaça de cigarros, inseticidas, tintas, combustíveis e até perfumes são nocivos. No caso de rinite alérgica, os sintomas surgem quando a pessoa entra em contato com os alérgenos (substâncias às quais é alérgica). A rinite do idoso piora quando ele se alimenta com comida condimentada, e a do esportista, quando pratica esporte. A rinite medicamentosa surge quando são usados medicamentos que fazem mal ao nariz.

Prevenção:

A melhor maneira de tratar todas as rinites é a prevenção, especialmente a rinite alérgica, com medidas para diminuir a presença de agentes alérgenos e irritantes no nariz e em sua casa. É preciso evitar sempre as substâncias que desencadeiam a crise de rinite, como os poluentes e as substâncias químicas.

Você precisa saber que o papel mais importante no tratamento da rinite é o seu e que, às vezes, pequenas medidas trazem grandes resultados.

- Evite a poeira doméstica e os ácaros; e
-
Evite agentes e substâncias irritantes.

Para evitar a poeira doméstica:

- Retire tudo o que pode juntar poeira em sua casa;
-
Tapetes, carpetes, cortinas grossas são locais de alojamento de ácaros e poeira;
-
Os pisos lisos são muito mais fáceis de limpar e não abrigam ácaros;
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Tapetes finos e pequenos, que podem ser lavados, são mais práticos e menos prejudiciais;
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Cortinas leves, que podem ser lavadas são as ideais;
-
Passe sempre um pano úmido sobre os móveis e o chão, se possível, diariamente; e
-
Deixe os ambientes sempre abertos para arejá-los e para que os raios solares entrem o maior tempo possível.

O quarto é o local mais importante:

Você passa pelo menos oito (8) horas por dia em seu quarto dormindo, se arrumando, lendo, etc. Este é, portanto, o local mais importante de sua casa e também um dos ambientes mais contaminados por ácaros.

O colchão e os travesseiros devem ser forrados com material antialérgico ou plástico para impedir a passagem de poeira. Os melhores travesseiros para alérgicos são os de poliéster.

Use edredões, desde que não sejam de penas, em vez de cobertores de lã e, se possível, lave-os a cada dez (10) dias.

Coloque as roupas no armário; e as de lã, em sacos plásticos fechados.

Bichos de pelúcia armazenam muita poeira. Livre-se deles ou deixe-os guardados longe das crianças e, se possível, lave-os a cada dez (10) dias também.

Mais informações sobre a rinite:

O CORA tem por objetivo orientar pacientes e médicos no conhecimento, entendimento e tratamento da rinite. Se você, paciente, tem dúvidas, precisa de esclarecimentos sobre a doença ou deseja sugestões, entre em contato com o mesmo.

Centro de Orientação em Rinite Alérgica - CORA
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Avenida Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 255 – Sala 6002
Cep 05403-000 – São Paulo (SP)

Asma

ASMA

Sinônimos:

Asma brônquica, bronquite asmática.

O que é?

A asma brônquica é uma doença pulmonar freqüente e que está aumentando em todo o mundo.

Esta doença se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, o que determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória.

Este estreitamento é reversível e pode ocorrer em decorrência da exposição a diferentes fatores desencadeantes ("gatilhos"). Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações.

As vias aéreas são tubos que dão passagem ao ar. Elas iniciam no nariz, continuam como nasofaringe e laringe (cordas vocais) e, no pescoço, tornam-se um tubo largo e único chamado traquéia.

Já no tórax, a traquéia divide-se em dois tubos (brônquios), direito e esquerdo, levando o ar para os respectivos pulmões.

Dentro dos pulmões, os brônquios vão se ramificando e tornam-se cada vez menores, espalhando o ar.

Como se desenvolve?

As pessoas asmáticas reagem demais e facilmente ao contato com qualquer "gatilho" (estímulo).

Dentre estes, os mais comuns são:

alterações climáticas,
o contato com a poeira doméstica,
mofo,
pólen,
cheiros fortes,
pêlos de animais,
gripes ou resfriados,
fumaça,
ingestão de alguns alimentos ou
medicamentos.

A mucosa brônquica, que é o revestimento interno das vias aéreas, está constantemente inflamada por causa da hiper-reatividade brônquica (sensibilidade aumentada dos brônquios).

Nas crises de asma, esta hiper-reatividade brônquica aumenta ainda mais e determina o estreitamento das vias aéreas. Este fenômeno leva à tosse, chiado no peito e falta de ar.

Os mecanismos que causam a asma são complexos e variam entre a população. Nem toda a pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser explicados pela resposta alérgica do organismo a determinados estímulos.

De qualquer forma, cerca de um terço de todos os asmáticos possui um familiar (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma ou com outra doença alérgica.

Alguns asmáticos têm como "gatilho" o exercício. Ao se exercitarem, entram numa crise asmática com tosse, chiado no peito (sibilância) ou encurtamento da respiração.

Alguns vírus e bactérias causadoras de infecções respiratórias também podem estar implicadas em alguns casos de asma que se iniciam na vida adulta.

A asma brônquica pode iniciar em qualquer etapa da vida.

Na maioria das vezes, inicia na infância e poderá ou não durar por toda a vida.

O que se sente?

Caracteristicamente, nesta doença os sintomas aparecem de forma cíclica, com períodos de piora. Dentre os sinais e sintomas principais, estão:

tosse - que pode ou não estar acompanhada de alguma expectoração (catarro). Na maioria das vezes, não tem expectoração ou, se tem, é tipo "clara de ovo";
falta de ar
chiado no peito (sibilância)
dor ou "aperto" no peito

Os sintomas podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou à noite.

A asma é a principal causa de tosse crônica em crianças e está entre as principais causas de tosse crônica em adultos.

Como o médico faz o diagnóstico?

O diagnóstico é feito baseado nos sinais e sintomas que surgem de maneira repetida e que são referidos pelo paciente.

No exame físico, o médico poderá constatar a sibilância nos pulmões, principalmente nas exacerbações da doença. Contudo, nem toda sibilância é devido à asma, podendo também ser causada por outras doenças. Todavia, nos indivíduos que estão fora de crise, o exame físico poderá ser completamente normal.

Existem exames complementares que podem auxiliar o médico. Dentre eles, estão:

a radiografia do tórax,
exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a
espirometria - identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar.

O asmático também poderá ter em casa um aparelho que mede o pico de fluxo de ar, importante para monitorar o curso da doença. Nas exacerbações da asma, o pico de fluxo se reduz.

Como se trata?

Para se tratar a asma, a pessoa deve ter certos cuidado com o ambiente, principalmente na sua casa e no trabalho. Junto, deverá usar medicações e manter consultas médicas regulares.

Duas classes de medicamentos têm sido utilizadas para tratar a asma:

Broncodilatadores

Todo asmático deverá utilizar um broncodilatador. É um medicamento, como o próprio nome diz, que dilata os brônquios (vias aéreas) quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse. Existem broncodilatadores chamados beta2-agonistas - uns apresentam efeito curto e outros efeito prolongado (que dura até 12h). Os de efeito curto costumam ser utilizados conforme a necessidade. Se a pessoa está bem, sem sintomas, não precisará utilizá-los. Já aqueles de efeito prolongado costumam ser utilizados continuamente, a cada 12 horas, e são indicados para casos específicos de asma. Além dos beta2-agonistas, outros broncodilatadores, como teofilinas e anticolinérgicos, podem ser usados.
Antiinflamatórios

Os corticóides inalatórios são, atualmente, a melhor conduta para combater a inflamação, sendo utilizados em quase todos os asmáticos. Só não são usados pelos pacientes com asma leve intermitente (que têm sintomas esporádicos). Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença ou, pelo menos, minimizá-las e aumentar o tempo livre da doença entre uma crise e outra. Os antiinflamatórios devem ser utilizados de maneira contínua (todos os dias), já que combatem a inflamação crônica da mucosa brônquica, que é o substrato para os acontecimentos subseqüentes.

Existem outras possibilidades de tratamento, como o cromoglicato de sódio (bastante utilizado em crianças pequenas), o nedocromil, o cetotifeno e os anti-leucotrienos. Este último é relativamente novo e pode ser usado em casos específicos de asma ou associado aos corticóides.

Tanto os broncodilatadores quanto os antiinflamatórios podem ser usados de várias formas:

por nebulização,
nebulímetro ("spray" ou "bombinha"),
inaladores de pó seco (através de turbohaler, rotahaler, diskhaler ou cápsulas para inalação) – são diferentes (e práticos) dispositivos para inalação,
comprimido,
xarope

Os médicos dão preferência ao uso das medicações por nebulização, nebulímetro ou inaladores de pó seco por serem mais eficazes e causarem menos efeitos indesejáveis.

Como se previne?

Como prevenção de crises de asma, o asmático poderá usar os corticosteróides, os beta2-agonistas de longa duração e os antileucotrienos, além de ter um bom controle ambiental, evitando exposição aos "gatilhos" da crise asmática.

Não há como prevenir a existência da doença, mas sim as suas exacerbações e seus sintomas diários.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

Qual a probabilidade de uma criança pequena continuar asmática na vida adulta?

Depois de iniciarmos medicações preventivas, estas nunca mais poderão ser interrompidas?

Quando devemos ir para um pronto-atendimento ou hospital numa crise?

O tratamento da asma deve mudar durante a gestação?

Quando não dispomos de broncodilatador de curta duração numa crise asmática, podemos usar o de longa duração?

A asma costuma piorar no período menstrual ou pré-menstrual?

O que fazer quando a falta de ar é tanta que não conseguimos usar a “bombinha”(spray)?

Bronquite

Bronquite


A bronquite é uma inflamação dos brônquios causada, geralmente, por uma infecção.

A doença é, geralmente, ligeira e costuma curar-se totalmente. No entanto, a bronquite pode ser grave em pessoas com doenças crónicas que sofrem de afecções cardíacas ou pulmonares e também em pessoas de idade avançada.

Causas

A bronquite infecciosa manifesta-se com maior frequência durante o Inverno. Pode ser causada por vírus, bactérias e, especialmente, por gérmenes semelhantes às bactérias, como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia. Podem sofrer de ataques repetidos os fumadores e as pessoas que sofrem de doenças crónicas pulmonares ou das vias aéreas inferiores, que dificultam a eliminação de partículas aspiradas nos brônquios. (Ver secção 4, capítulo 37) As infecções recorrentes podem ser consequência de uma sinusite crónica, de bronquiectasias, de alergias e, nas crianças, de amígdalas e de adenóides inflamados.
A bronquite irritativa pode ser causada por várias espécies de poeiras, vapores de ácidos fortes, amoníaco, alguns solventes orgânicos, cloro, sulfureto de hidrogénio, dióxido de enxofre e brometo, substâncias irritantes da poluição, como o ozone e o peróxido de azoto, o tabaco e outros fumos.

Sintomas e diagnóstico

Muitas vezes, a bronquite infecciosa começa com os sintomas de um resfriado comum: nariz que pinga, cansaço, calafrios, dores nas costas e nos músculos, febre ligeira e inflamação da garganta. O sintoma da tosse assinala, geralmente, o começo da bronquite.

No início, a tosse é seca e pode continuar assim, mas, com frequência, ao fim de um ou dois dias a pessoa expectora pequenas quantidades de expectoração branca ou amarelada. Mais tarde, pode expulsar muito mais expectoração, que pode ser de cor amarela ou verde. Em pessoas com bronquite grave pode aparecer febre elevada durante 4 ou 5 dias, ao fim dos quais os sintomas melhoram. No entanto, a tosse pode persistir durante várias semanas. Quando as vias aéreas inferiores estão obstruídas, a pessoa pode sentir falta de ar. Também são frequentes os sibilos, especialmente depois de tossir. Pode desenvolver-se uma pneumonia.

Habitualmente, o diagnóstico de bronquite baseia-se nos sintomas, especialmente no aspecto da expectoração. Se os sintomas persistirem, é necessário efectuar uma radiografia do tórax para se ter a certeza de que a pessoa não evoluiu para uma pneumonia.

Tratamento

Os adultos podem tomar aspirina ou paracetamol para baixar a febre e aliviar o mal-estar, mas as crianças devem tomar somente paracetamol. Recomenda-se o repouso e a ingestão abundante de líquidos.

Os antibióticos administram-se a doentes com sintomas de bronquite produzidos por uma infecção bacteriana (no caso de uma expectoração com expectoração de cor amarela ou verde e febre alta) e a doentes que já sofrem de uma doença pulmonar. Os adultos podem tomar trimetoprim/sulfametoxazol, tetraciclina ou ampicilina.

Administra-se, com frequência, eritromicina quando se considera a possibilidade de uma pneumonia por Mycoplasma.

Nas crianças, a amoxicilina é o fármaco preferido habitualmente. Os antibióticos não são úteis em infecções víricas. Uma cultura da expectoração pode indicar a necessidade de outro tipo de antibiótico quando os sintomas forem persistentes ou recorrentes ou quando a bronquite for muito grave.



SISTEMA RESPIRATÓRIO

INTRODUÇÃO

Neste trabalho iremos mostrar algumas patologias que foram pesquisadas, levando ao seu esclarecimento fisiopatológico. Não entraremos muito a fundo pois a idéia deste trabalho é conhecimento e não aprofundamento.

Tenho tido dificuldades de encontrar certas patologias, atrasando certos assunto no trabalho, tendo esta dificuldade, foram feitos resumos dos textos encontrados.

PNEUMONIA

BACTERIANA

A invasão bacteriana do parênquima pulmonar provoca solidificação (consolidação) exsudativa do tecido pulmonar, sendo denominada de pneumonia bateriana. Muitas variáveis denominam a forma precisa de pneumonia, tais como o agente etiológico específico, a reação do hospedeiro e a extensão da área comprometida. Desta maneira, a classificação pode ser feita de acordo com o agente etiológico, a natureza da reação do hospedeiro ou a distribuição anatômica da pneumonia lobular (broncopneumonia), lobar ou intersticial.

Devemos lembrar que o pulmão normal é isento de bactérias e possui um grande número de poderosos mecanismos de defesa, os quais eliminam qualquer bactéria inalada com o ar ou depositada casualmente nas vias aéreas , esses mecanismos incluem:

1 – A função da filtração da nasofaringe;

2 – A ação mucociliar das vias respiratórias inferiores;

3 – A fagocitose e a eliminação dos microorganismos pelos macrófogos alveolares.

Além disso os mecanismos de imunidade desempenham um papel na eliminação de bactérias que alcançam os alvéolos, seja pela respiração ou por via hemática. Dessa forma, a pneumonia pode ocorrer sempre que esses mecanismos de defesa estiverem prejudicados ou sempre que a resistência geral do hospedeiro estiver baixa.

Muito fatores podem interferir nos mecanismos de limpeza, entre eles:

1. A perda ou suspensão do reflexo de tosse, como acontece nos casos de coma, anestesia, distúrbios neuromusculares ou em pacientes submetidos a toracotomia ou laparotomia.

2. Lesões do aparelho murociliar, causadas por auterações da função ciliar ou pela destruição do epitélio ciliado. O tabagismo, a inalação de gases quentes ou corrosivos e viroses pode causar essas lesões.

3. Interferência na função fagocítica ou bacteriana dos macrófagos alveolares. Muitos fatores produzem esse efeito entre eles álcool, fumo, anoxia e intoxicação pelo oxigênio.

4. Congestão e edema pulmonares. O mecanismo pela qual interferem na função de limpeza não é conhecido, mas o edema é uma das condições que mais predispõem à broncopneumonia terminal em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva ou em pacientes debilitados que apresentam edema pulmonar hipostático.

BRONCOPNEUMONIA

( Pneumonia Lobular )

A principal característica da broncopneumonia é a consolidação focal do pulmão. Essa infecção do parênquima geralmente representa uma extensão de bronquite ou bronquiolite preexistente. É uma doença extremamente comum que tende a atingir os dois extremos da vida mais vulneráveis: a infância e a velhice.

Na infância há poucos contatos com microorganismos patogênicos, e na velhice o sistema imunológico é baixo.

A bronco pneumonia é uma reação inflamatória purulenta, inespecífica, um tecido alveolar frouxo, que oferece pouca resistência ao acúmulo de grande quantidade de exsudato, proporcionando assim vias livres de disseminação. A consolidação lobular pode Ter distribuição focal por todo o lobo, mas é mais comum ser multibolar e, freqüentemente, bilateral e basal, por causa da tend6encia das secreções de se acumularem por gravidade nos lobos inferiores. Em geral essas áreas de consolidação são mais facilmente palpáveis do que visíveis no exame após - morte. Em casos mais exuberantes, esses focos se fundem, dando um aspecto de consolidação lobar total.

Essa reação típica pode ser modificada por vários fatores. Qualquer distúrbio sangüíneo que diminua o número de leucócitos, como leucemia ou agranulocitose, ou qualquer doença que anule a resposta imunológica, tal como a hipo ou agamaglobulinemia e terapia com asteróides ou imunossupressores, pode tornar o paciente particularmente vulnerável a bactérias e fungos, mesmo os de baixa virulência, permitindo a formação de verdadeiras colônias no interior do exsudato. Os microorganismos extremamente virulentos ou a debilidade do paciente propiciam necrose das regiões centrais das lesões pulmonares, com produção de abcessos.

A broncopneumonia, particularmente na infância, pode permanecer no interstício, isto é, nos septos alveolares, provocando uma alteração inflamatória limitada às paredes alveolares, com pouca exsudação nos espaços aéreos. A e.coli é o principal agente para este padrão de reação na infância; já nos adultos os adultos os agentes mais comuns são os estreptococos do grupo B-hemolítico.

ASMA

A asma brônquica é caracterizada por obstrução difusa das vias aéreas, situada principalmente, a nível bronquiolar. A hipersensibilidade a alérgenos extrínsecos inalados ou a agentes infecciosos intrínsecos do aparelho respiratório é considerada – na maioria dos pacientes – como desencadeadora das alterações fisiopatológicas. Entretanto uma vez que o padrão reacional asmático se tenha estabelecido, reações psicofisiológicas, fumaça, emanações, cansaço físico e variações da temperatura e da umidade do ar podem provocar crise.

As características obstrutivas da asma decorrem, principalmente, de duas alterações físicas nas vias aéreas, que aumentam a resistência ao fluxo gasoso: irregularidade em suas paredes e seu estreitamento luminal por expasmo da musculatura lisa. Irregularidades discretas nas vias aéreas mais calibrosas – como nos brônquios – aumentam resist6encia ao fluxo por produzirem turbulência. O sinal físico desta situação é o chiado audível. Nas vias de menor calibre, a turbulência se é que ocorre, é menos importante e a viscosidade do ar se torna predominante, devido ao grau extremo de estreitamento bronquiolar.

Esse estreitamento é causado por, pelo menos três fatores. O primeiro é a reação inflamatória, com seu acompanhamento de ingurgitamento vascular, edema, infiltração leucocitária e eventual proliferação fibroblástica. O segundo é a secreção excessiva e tenaz, produzida pelas glândulas mucosas hiperativas. Esse material viscoso adere, estreita, bloqueia e produz irregularidades e espessura aumentada das paredes dos brônquios e bronquíolos. Finalmente, o terceiro é a constrição do músculo liso da parede brônquica.

Baseando-se nas alterações anteriormente descritas, é possível prever que uma crise asmática se caracteriza pela dificuldade respiratória acompanhada de respiração sibilante, que é particularmente distinta pelo alongamento da fase respiratória. O paciente se esforça para encher os pulmões de ar e depois não consegue expulsá-lo, ocorrendo conseqüentemente uma hiperinsuflação prgressiva dos pulmões. O ar fica aprisionado por traz dos tampões mucosos. Nos casos clássicos, o ataque agudo dura de uma há várias horas e é seguido por tosse duradoura, com expulsão de secresão mucosa abundante e considerável alívio da dificuldade respiratória. Em alguns pacientes estes sintomas persistem em baixo nível por todo o tempo. Na sua forma mais grave, o estado asmático, o paroxismo agudo persiste durante dias e até memo semanas, e nesta circustância a função ventilatória pode ser tão prejudicada a ponto de causar uma grave cianose ou até mesmo a morte.

BRONQUITE

A bronquite crônica pode levar a rigidez e ao espessamento da mucosa brônquica, por vasodilatação, congestão e edema. Existe infiltração por linfócitos e leucócitos polimorfonucleares na mucosa e pode ocorrer aumento da tonicidade da musculatura brônquica. Glândulas mucosas ficam hipertrofiadas e sua secreção excessiva prejudica a atividade ciliar, como faz a fumaça de tabaco, de modo que o mecanismo da tosse deve ajudar a expulsão do muco. As alterações patológicas também atingem os brônquio de menor calibre e os bronquíolos. Não está esclarecido por que a "tinta anti – séptica da mucosa "das imunoglobulinas é ineficaz para a eliminação dos patogênicos bacterianos presentes.

O espessamento da mucosa brônquica, a secreção excessiva do mucoe o tônus aumentado da musculatura brônquica, inicialmente diminuem, a intensidade do fluxo expiratório máximo e, em seguida, a do fluxo inspiratório máximo. No inicio do processo, estão normais a capacidade pulmonar total, a vascularização ( por radiologia ) e a capacidade de difusão. Entretanto, com a evolução do quadro, os resultados das provas funcionais pulmonares assemelham-se aos de enfisema obstrutivo.

A bronquite crônica é de 4 a 10 vezes mais comum nos fumantes inveterados, independente de sexo, idade, profissão e local de trabalho. O tabagismo em excesso, por si só, induz a secreção exagerada do muco, destrói a ação ciliar normal do epitélio respiratório e ainda causa metaplasia escamosa e displasiaatípica. Outras formas de poluição atmosférica são também responsáveis, principalmente o dióxido sulfúrico e o dióxido de nitrogênio. Pouco se sabe como essas substâncias irritantes e poluentes podem causar aumento do volume e do número das glândulas mucosas, que é a primeira alteração física que ocorre na bronquite crônica. O papel que a infecção desempenha é ainda menos conhecido. Muitos observadores acham que a infecção bacteriana tem pequeno papel no início da bronquite crônica, mas provavelmente significativo para a sua manutenção, e que pode ser crucial nas produção das crises agudas que constituem parte característica da doença. Comumente o hábito de fumar pode ser o fator inicial, agravando-se depois pela infecção. Os microorganismos mais freqüentemente encontrados nas culturas de escarro da bronquite são H. influenzae e D. pneumomae . É possível que cause dano direto ao epitélio das vias aéreas, interferindo na atividade ciliar e na capacidade dos macrófagos brônquicos e alveolares, e de outras células inflamatórias, de removerem as bactérias.

EFISEMA PULMONAR

Efisema pulmonar é uma condição do pulmão caracterizada pela dilatação permanente e anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, acompanha pela destruição das paredes e denominadas de hiperinsuflação.

A razão para se incluir o fator de destruição da parede alveolar nesta definição anatômica é que ela corresponde mais intimamente à síndrome clínica do enfisema e pode, sob o ponto de vista prático, ser mais facilmente reconhecida pelo patologista. Geralmente são identificadas em dois tipos: 1. Apenas dilatação dos espaços aéreos, e 2. Dilatação com destruição.

Como vimos a definição de enfisema é morfológica.

TIPOS DE ENFISEMA

O enfisema não é apenas definido em termos da natureza anatômica da lesão, mas é também classificada de acordo com sua distribuição anatômica nos lóbulos. Lembremo-nos de que o lóbulo é constituído por um grupo de ácinos, as unidades respiratórias terminais alveolares. Embora o termo enfisema seja às vezes aplicado livremente com a relação a diversas condições, existe apenas quatro tipos de enfisema:

1. centrolobular

2. panlobular

3. parasseptal

4. irregular

ENFISEMA CENTROLOBULAR

O aspecto característico deste tipo de enfisema é o padrão de acometimento dos lóbulos; as parte distais ou proximais dos ácinos, formadas pelos bronquíolos respiratórios, são afetadas, enquanto são poupados os alvéolos distais .

Desta forma, dentro do mesmo ácino e lóbulo existem tanto espaços aéreos normais quanto enfisematoso. As lesões são mais comum e geralmente mais graves nos lobos superiores, especialmente nos segmentos apiciais. As paredes do espaço enfisematoso freqüentemente contém grande quantidade de pigmento negro. Os bronquiolos respiratórios dilatados e destruídos formam grandes espaços aéreos que são nitidamente distinguidos dos ductos e sacos alveolares são comprometidos. É comum a inflamação em torno dos brônquios, bronquiolos e septos.

No enfisema centrolobular grave pode haver comprometimento do ácido distal e sua diferenciação di enfisema panlobular se torna extremamente difícil. Há também variações no grau de pigmentação, de destruição da parede alveolar e de inflamação bronquiolar. Além disso, pode haver coexistência de enfisema centrolobular e panlobular em alguns pacientes. O enfisema centrolobular é uma doença predominantemente do sexo masculino e raramente é encontrado em não fumantes. A chamada pneumoconiose dos trabalhadores de minas de carvão possui uma grande semelhança com o enfisema centrolobular.

ENFISEMA PANLOBULAR

Os ácinos estão uniformemente dilatados desde o nível dos bronquíolos respiratórios até os alvéolos terminais. É importante salientar que o termo pan se refere ao ácino todo, mas não o pulmão em sua totalidade. Ao contrario do enfisema centolobular, o panlobular tende a ocorrer mais freqüentemente nas regiões inferiores e nas margens anteriores dos pulmões, e em geral, é mais acentuado nas bases. Em sí, a ocorrência do enfisema panlobular não é a causa comum de doenças obstrutivas crônica.

ENFISEMA PARASSEPTAL

A porção proximal do ácino é normal, mas a parte distal está bastante comprometida. O enfisema está localizado mais próximo à pleura, ao longo dos septos lobulares do tecido conjuntivo e nas margens dos lóbulos. As várias denominações para essa condição são devidas a essas localizações: superficial, parasseptal, periacinar. Ocorre freqüentemente nas áreas de fibrose, cicatrização ou atelectasia e geralmente é mais acentuado na metade superior dos pulmões.

Esse tipo de enfisema provavelmente é responsável por muitos casos de pneumotórax espontâneo em adultos jovens.

ENFISEMA IRREGULAR

Assim chamado, porque o comprometimento do ácino é irregular, quase sempre está associado a cicatrização. Pode ser a forma mais comum de enfisema, já que o exame cuidadoso da maioria dos pulmões autopsiados mostra uma ou mais cicatrizes. Próximo a essas cicatrizes há geralmente uma dulatação irregular dos ácinos acompanhada por alterações destrutivas. Na maioria das vezes esses focos de enfisema irregular são assintomáticos. O enfisema irregular generalizado ocorre como resultado da cura de tuberculose, de uma sarcoidose prolongada e de outras doenças pulmonares granulomatosas. São freqüentes também cicatrizes inflamatórias nos pulmões de pacientes com bronquite crônica, além do enfisema centrolobular comumente encontrado nos pacientes com bronquite crônica, essas cicatrizes podem causar enfisema irregular. O enfisema irregular é o único tipo no qual a patogenia parece estar definida. Supõe-se que a cicatrização visinha aumente a força de tração elástica sobre os alvéolos e que o estreitamento dos bronquíolos causado pela fibrose e inflamação resulte no aprisionamento do ar, o que pode contribuir para a posterior dilatação dos alvéolos e destruição de suas pardes.

TUBERCULOSE PULMONAR

Na tuberculose pulmonar primária, os bacilos são inalados e atingem os alvéolos do mesmo modo que qualquer outro material particulado. Como a ventilação é mais intensa nos dois terços inferiores do pulmão, a maioria dos bacilos e das lesões ocorre nesta área, onde, dependendo do número de bacilos, de sua virulência e da resistência própria do paciente, pode ocorrer pequena reação imediata ou a formação de exsudato inflamatório relativamente agudo. Este desenvolve-se até formar placa de broncopneumonia, com proliferação bacilar, neutrófilos e outras alterações inflamatórias que não são características da tuberculose. Entretanto, qualquer que seja a reação inicial, a necrose tuberculosa ocorre com zona circundante de tecido de granulação, formada por vasos sagüíneos, linfócitos, células epitelióides e de Langhans e fibrilas de colágeno. Os bacilos escasseiam nas zonas de necrose, embora tenha sido sugerido que o processo de caseação represente mecanismo de defesa. Com o desenvolvimento da resistência adquirida adequada, as lesões se tornam quiesentes, com formação da cápsula de tecido conjuntivo hialinizado, a partir da zona de granulação, com a conseqüente redução da dimensão da lesão. O material caseoso pode ser reabsorvido, concentrado, calcificado ou posteriormente liquefeito. Os bacilos da lesão primária podem ser completamente eliminados ou podem permanecer quiescentes – mas virulentos – por vários anos.

Simultaneamente com o desenvolvimento da lesão pulmonar, aparecem bacilos nos gânglios linfáticos hilares. Embora essas áreas de envolvimento sejam maiores que as de parênquima pulmonar, as alterações anatômicas progressivassão semelhantes. Se a lesão hilar e a parenquimatosa são calcificadas, forma-se o Complexo de Ghon.

A lesão da tuberculose pulmonar secundária se localiza quase que invariavelmente no ápice de um ou de ambos os pulmões. Iniciando-se como um pequeno foco de consolidação. Mais raramente as lesões podem localizar-se em outras regiões do pulmão, particularmente próximo ao hilo. Em quase todos os casos a reinfecção tuberculosa, os linfonodos regionais apresentam focos tuberculosos semelhantes. Nos casos favoráveis, o foco paraquimatoso inicial desenvolve pequena área de necrose caseosa que não se torna cavitária porque não se comunica com um brônqui ou um bronquíolo. O processo pode evoluir para um encapsulamento fibroso progressivo deixando apenas cicatrizes fibrocalcificadas que deprimem e retraem a superfície pleural focais. Às vezes essas cicatrizes tornam-se enegrecidas devido a pigmento antracótico.

A medida que a lesão progride, um número cada vez maior de tubérculos vai coalescendo até ser formada a área de consolidação descrita no exame macroscópico.

A tuberculose apical fibrocaseosa com cavitação é uma descrição perfeita para o período seguinte dessa doença. Após a erosão de um bronquíolo, o foco caseoso é drenado, transformando em uma cavidade ou caverna. O aumento da tensão do oxigênio favorece o crescimento e a multiplicação dos bacilos. Ao mesmo tempo os ácidos orgânicos inibidores acumulados nas zonas de caseose são drenados e os material caseoso bastante áciso é parcialmente removido, favorecendo ainda mais o ambiente para multiplicação bacteriana.

A caverna é revestida por uma substância caseosa amarelo-acinzentada e é mais ou menos envolvida por um tecido fibroso, dependendo dos mecanismos de resistência do hospedeiro e da idade da lesão. Não raro, artérias trombosadas atravessam essas cavidades como se fosse pontes fibrosas.

A tuberculose fibrocaseosa avançada com formação de cavernas (cavernização) pode comprometer um, vários ou todos os lobos de ambos os pulmões sob a forma de minúsculos tuberculosisolados, focos caseosos confluentes ou grande áreas de necrose caseosa. Em alguns casos muito avançdos de tuberculose pulmonar que terminam com a morte do paciente. Transformando o pulmão em uma massa de cavidades semelhantes a uma colméia.

Com o progredir da doença, a pleura inevitavelmente é comprometida e dependendo da cronicidade do processo, podem ser encontrados derrames pleurais serosos, empiema nitidamente tuberculoso ou a pleurite maciça fibrosa e obliterante. No decorrer de uma tuberculose fibrocaseosa extensa quase inevitável que os bacilos se implantem na mucosa das vias aéreas, ocorrendo uma tuberculose endobrônquica e endotraqueal. Essas lesões mais tarde podem-se ulcerar-se, produzindo úlceras irregulares e necróticas na mucosa. Freqüentemente acompanham a tuberculose endobrônquica a tuberculose da laringe e intestinal. a incidência das complicações laríngeas variam entre 10 a 20%.

A tuberculose pulmonar pode assumir outros aspectos. A partir da lesão apical inicial pode propagar-se aos vasos linfáticos, determinando uma disseminação miliar extensa ou pequenos focos de infecção tuberculosa exsudativa ou proliferativa, comprometendo um segmento do pulmão ou extensas áreas de um ou de todos os lobos. A disseminação linfática peribrônquica geralmente não provoca disseminação difusa; tende apenas a se restringir a um segmento pulmonar drenado por um grupo de vasos linfáticos. Neste caso, os discretos focos de condensação, branco – amarelados, estão separados por parênquemia pulmonar aparentemente íntegro e em geral são mais facilmente palpados do que vistos. Deve-se recordar que os tubérculos isolados são microscópicos e que somente quando vários tubérculos coalescem ou quando um único tubérculo aumenta consideravelmente de volume é que se tornam visíveis macroscopicamente. E claro que essa disseminação linfática peribrônquica pode coexistir com outras áreas de tuberculose fibrocaseosa. Confluente ou cavitária.

A disseminação linfo - hematógena pode dar origem a tuberculose miliar, restrita apenas aos pulmões comprometendo também outros órgãos. A distribuição da lesões miliares pode ser drenada pelos linfáticos principais, ao lado direito do coração e ai disseminar-se através da corrente sangüinea apenas nos pulmões. Visto que na sua maioria os bacilos são filtrados pelo leito capilar alveolar, é possível que o material infectante não alcance a circulação arterial sistêmica. Porém é comum essa limitação aos pulmões não ser completa ocorrendo a passagem de alguns bacilos através dos capilares para a circulação sistêmica, provocando infecção em órgãos distantes.em outras circunstâncias, um foco tuberculoso pode causar erosão direta em uma artéria pulmonar e propagar-se apenas na zona suprida por este vaso, produzindo disseminação miliar localizada no par6enquima alveolar. Por outro lado a propagação da infecção de uma vela pulmonar pode ser seguida de tuberculose miliar generalizada em todo o organismoou por tuberculose de órgãos isolados.

RINITE

Rinite é a inflamação das cavidades nasais. A etiologia da rinite é baseada na interação de vírus, bactérias e alérgenos. A rinite aguda quase sempre é iniciada por um dos numerosos vírus que hoje sabemos serem responsáveis pelas infecções das vias respiratóriassuperiores. Vários dos adenovírus melhor estudados produzem nasofaringite, faringoamigdalite e muitas outras variantes clinicas incluídas na categoria de resfriado comum ou de infecções das vias respiratórias altas.

Esse agente virótico geralmente provoca secreção catarral profunda que é reconhecida familiarmente como o início de um resfriado. Em outros casos, a rinite aguda pode iniciar-se por reações de sensibilidade a um dos vários alérgenos existentes,sendo talvez o pólem o mais comum. Há sobreposição de infecções bacterianas tanto na fase aguda virótica quanto na alérgica. Na interação destes vários agentes etiológicos é possível que a exsudação catarral provocada pelo vírus e alégenos prejudique a ação ciliar protetora da mucosa nasal, preparando assim o terreno para o desenvolvimento bacteriano. Mudanças de temperatura, exposição ou inalação de poeiras ou irritantes químicos e o baixo teor de umidade no ar podem contribuir na lesão ciliar, predispondo assim a uma rinite.

Nas fases iniciais agudas da rinite, a mucosa se mostra espessada, edemaciada e de coloração cinza-pálido e vermelha, dependendo o grau de hiperemia. As cavidades nasais se tornam estreitadas e os cornetos estão intumescidos.

A reação do edema é intensa. O tecido adquire aspecto mixamatoso frouxo e há um discreto infiltrado de neutrófilos, linfócitos, plasmócitos e eosinófilos. O edema é mais acentuado nos pólipos. O número de eosinófilos é grande em alguns casos, possivelmente naqueles de origem alérgica. Há uma hiperatividade secretora das glândulas submucosas produtoras de muco.

Quando a rinite supurativa aguda persiste por muito tempo, pode ocorrer cicatrização fibrosa do tecido conjuntivo subepitelial. Em alguns desses casos, o epitélio torna-se atrófico e podem surgir focos de metaplasia escamosa. A fibrose progressiva da submucosa causa atrofia das glândulas mucossecretoras. Estas alterações dão um aspecto seco, vitrificado e brilhante à mucosa nasal, com desaparecimento total da secreção do muco, caracterizado a chamada rinite atrófica ou rinite seca.

SINUSITE

As inflamações dos seios paranasais estão intimamente relacionadas com a rinite. Quase invariavelmente o comprometimento inflamatório das cavidades nasais precede e provoca infecções e inflamações dos seios aéreos por obstruir seus orifícios de drenagem. As considerações etiológicas são, as mesmas já descritas para a rinite.

A fase inicial de uma sinusite aguda apresenta mesma alteração descrita na cavidade nasal. O edema obstrui completamente o orifício de drenagem do seio e, se este se enche de muco, forma-se uma mucocele. Nas fases de infecções secundárias bacterianas ou micóticas, a secreção mucosa é substituída por nítida supuração. O acúmulo de pus, e as vezes, designado empiema do seio.

As infecções purulentas dos seios são mais importantes do que as do nariz, por causa da íntima relação daquelas estruturas com a caixa craniana. A expansão destas infecções tende a produzir osteomielite e as infecções intracranianas enumeradas na descrição rinite.

GRIPE

É a infecção viral causada por vários vírus intimamente relacionados. Existem três grupos principais desses vírus, designados A,B e C. as infecções com o vírus A da gripe tendem a ser mais fortes e durar mais do que as causadas pelos vírus B e C, mais brandos. Epidemias séria de gripe são normalmente causadas por uma cepa de v;irus A da gripe.

Os sintomas após um período de incubação de cerca de dois dias, ocorre uma onda súbita de tremores, ocasionalmente com calafrios; dores na cabeça; fraqueza e fadiga; dores nos músculos e articulações; garganta inflamada e uma tosse seca e dolorida.


Sistema respiratório

O que são doenças respiratórias?

As doenças respiratórias são as que afectam o trato e os órgãos do sistema respiratório.

Quais são os factores de risco?

O tabagismo, a poluição, a exposição profissional a poluentes atmosféricos, as condições alérgicas e doenças do sistema imunitário, entre outros.

Que tipos de doenças respiratórias existem?

Existem 14 tipos diferentes de doenças respiratórias

  • Broncopatias: doenças dos brônquios, como a asma, a bronquiectasia e a bronquite.
  • Pneumopatias: grupo de doenças pulmonares, entre as quais se destacam a atelectasia, as doenças pulmonares intersticiais, neoplasias pulmonares, tuberculose pulmonar, hipertensão pulmonar, pneumopatias obstrutivas, pneumonia, pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido.
  • Transtornos respiratórios: são assim designadas as doenças respiratórias em geral ou aquelas que não são uma doença específica. Neste grupo incluem-se a apneia, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido, dispneia, insuficiência respiratória, hiperventilação, etc. A tosse, a rouquidão, a aspiração de mecônio, respiração bucal, laringismo, síndroma do desconforto respiratório do adulto, também são considerados transtornos respiratórios.
  • Fístula do trato respiratório: passagem anormal na comunicação entre algum componente do trato respiratório ou entre qualquer parte do sistema respiratório e os órgãos circunvizinhos.
  • Doenças torácicas: doenças que afectam o tórax.
  • Transtornos da motilidade ciliar: desordens caracterizadas pelo movimento ciliar anormal no nariz, nas sinuses paranasais, no trato respiratório, entre outras. A síndroma de Kartagener, doenças respiratórias crónicas, a sinusite crónica e a otite crónica constituem manifestações deste tipo de transtornos.
  • Doenças nasais: doenças do nariz em geral ou não especificadas. Exemplos de doenças nasais são as neoplasias nasais, doenças dos seios paranasais e a rinite. A epistaxe (derramamento de sangue pelas fossas nasais), a granuloma letal da linha média, a obstrução nasal, as deformidades adquiridas nasais, a rinoscleroma (infecção) e os pólipos nasais (tumores) integram-se também nas doenças nasais.
  • Hipersensibilidade respiratória: uma forma de hipersensibilidade que afecta o trato respiratório, como acontece com a asma, a febre dos fenos, a alveolite alérgica extrínseca, a aspergilose broncopulmonar alérgica e a rinite alérgica perene.
  • Infecções respiratórias: infecções do trato respiratório superior. Resultam dessas infecções as seguintes doenças: empiema pleural, complexo da doença respiratória bovina, bronquite, laringite, legionelose (doença do Legionário), pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias, pleurisia, pneumonia, rinite, sinusite, tonsilite, tuberculose pleural, tuberculose pulmonar, coqueluche, resfriado comum, influenza, abcesso pulmonar, faringite, rinoscleroma, síndroma respiratório agudo grave, traqueíte (inflamação da traqueia) e tuberculose laríngea.
  • Doenças da traqueia: incluem neoplasias da traqueia, estenose traqueal (estreitamento patológico da traqueia), traqueíte, traqueobroncomegalia, fístula traqueoesofágica.
  • Doenças da laringe ou laringopatias: doenças da laringe em geral ou não especificadas, entre as quais se contam a laringite, os distúrbios da voz, o granuloma laríngeo, o edema laríngeo, as neoplasias laríngeas, o laringismo, a laringoestenose, a tuberculose laríngea, a paralisia das cordas vocais. Estas doenças relacionam-se também com as otorrinolaringopatias.
  • Doenças pleurais: empiema pleural, hemotórax (derrame de sangue no tórax), derrame pleural, neoplasias pleurais, pleurisia e tuberculose pleural, bem como quilotórax (derrame de quilo na cavidade pleural), hemopneumotórax, hidropneumotórax, hidrotórax e pneumotórax.
  • Anormalidades do sistema respiratório: anormalidades congénitas estruturais do sistema respiratório, como o cisto broncogénico, o sequestro broncopulmonar, a atresia coanal, a malformação adenomatóide, a cística congénita do pulmão, a síndroma de Kartagener, a síndroma de Cimitarra e a traqueobroncomegalia.
  • Neoplasias do trato respiratório: neoplasias pulmonares, pleurais e nasais.

Como se diagnosticam as doenças respiratórias?

Pela observação clínica, através de técnicas e meios complementares de diagnóstico, entre os quais: testes da função respiratória, testes de sons respiratórios, broncografia, broncoscopia, laringoscopia, radiografia pulmonar de massa, depuração mucociliar, testes de provocação nasal, rinomanometria e rinometria acústica.

Quais são os principais sintomas de doença respiratória?

Cada doença tem sintomas específicos, que só o médico pode avaliar. Contudo, a tosse, a rouquidão, o nariz entupido, dores no peito, dores de garganta, garganta irritada, pingo no nariz, dificuldade em respirar quando não está a fazer esforço (a subir escadas, a andar, a fazer exercício), dispneia, entre outros, são sintomas de doença respiratória.

A que médico devo recorrer?

Em primeira instância, ao seu médico de família no centro de saúde da sua área de residência. Só ele pode determinar se deve ser encaminhado para um médico especialista e de que especialidade.

Sistema respiratório

O sistema respiratório fornece oxigênio e remove gás carbônico do organismo, auxiliando as células no metabolismo, atuando em conjunto com o sistema circulatório. O sistema respiratório também esta envolvido com a vocalização.

É formado pelo nariz, cavidade do nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões.



Nariz e cavidade do nariz

As duas cavidades por onde o ar entra no sistema respiratório são chamadas de fossas nasais. São separadas por uma cartilagem chamada cartilagem do septo, formando o septo nasal. Os pêlos no interior do nariz retém as partículas que entram junto com o ar. É composto de células ciliadas e produtoras de muco. O teto da cavidade nasal possui células com função olfativa. Nesta região, a mucosa é bem irrigada e aquece o ar inalado.

Faringe

A faringe pertence tanto ao sistema respiratório como ao sistema digestório. Através das coanas esta ligada com a cavidade do nariz e através das fauces, com a boca. Liga-se com o ouvido médio pelas tubas auditivas. Liga-se também com a laringe e com o esôfago. Antes de ir para a laringe, o ar inspirado pelo nariz passa pela faringe.

Laringe

A laringe é um tubo cartilaginoso de forma irregular que conecta a faringe com a traquéia. Situa-se na parte superior do pescoço. A laringe possui uma estrutura cartilaginosa que chama epiglote, que trabalha para desviar das vias respiratórias para o esôfago os alimentos deglutidos. Caso não ocorra este desvio, o alimento é expelido com uma tosse violenta.

Na laringe encontramos as cordas vocais, que são pregas horizontais na parede da laringe. Entre as cordas vocais há uma abertura chamada glote e é por ela que o ar entra na laringe, provocando uma vibração nas cordas vocais e produzindo som. Na face anterior do pescoço forma-se a proeminência laríngea, chamada de pomo de Adão, que é mais visível nos homens que nas mulheres.

Traquéia

A traquéia é um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 de diâmetro e suas paredes são reforçadas por uma série de anéis de cartilagem que impedem que as paredes se colapsem.

A traquéia bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios.

O epitélio é formado por células ciliadas e células secretoras. Estes cílios servem para remover as partículas e microorganismos que entram com o ar inalado. O muco produzido pelas células secretoras serve como uma barreira também.

Pulmão

Os brônquios penetram no pulmão através do hilo. Esses brônquios ramificam-se várias vezes, originando os bronquíolos, que penetram no lóbulo pulmonar e ramificam-se, formando os bronquíolos terminais, que originam os bronquíolos respiratórios, que terminam nos alvéolos pulmonares.




Os pulmões possuem consistência esponjosa, que está relacionada com a quantidade de sacos alveolares.

O formato do pulmão lembra um cone e é revestido por uma membrana dupla serosa chamada pleura. Os dois pulmões são separados pelo mediastino, local onde está o coração, o esôfago, timo, artérias, veias e parte da traquéia.

O diafragma é um músculo situado abaixo do pulmão, e é onde ele se apóia. Separa o tórax do abdome e está relacionado com os movimentos da respiração.

Sistema respiratório

O sistema respiratório fornece oxigênio e remove gás carbônico do organismo, auxiliando as células no metabolismo, atuando em conjunto com o sistema circulatório. O sistema respiratório também esta envolvido com a vocalização.

É formado pelo nariz, cavidade do nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões.



Nariz e cavidade do nariz

As duas cavidades por onde o ar entra no sistema respiratório são chamadas de fossas nasais. São separadas por uma cartilagem chamada cartilagem do septo, formando o septo nasal. Os pêlos no interior do nariz retém as partículas que entram junto com o ar. É composto de células ciliadas e produtoras de muco. O teto da cavidade nasal possui células com função olfativa. Nesta região, a mucosa é bem irrigada e aquece o ar inalado.

Faringe

A faringe pertence tanto ao sistema respiratório como ao sistema digestório. Através das coanas esta ligada com a cavidade do nariz e através das fauces, com a boca. Liga-se com o ouvido médio pelas tubas auditivas. Liga-se também com a laringe e com o esôfago. Antes de ir para a laringe, o ar inspirado pelo nariz passa pela faringe.

Laringe

A laringe é um tubo cartilaginoso de forma irregular que conecta a faringe com a traquéia. Situa-se na parte superior do pescoço. A laringe possui uma estrutura cartilaginosa que chama epiglote, que trabalha para desviar das vias respiratórias para o esôfago os alimentos deglutidos. Caso não ocorra este desvio, o alimento é expelido com uma tosse violenta.

Na laringe encontramos as cordas vocais, que são pregas horizontais na parede da laringe. Entre as cordas vocais há uma abertura chamada glote e é por ela que o ar entra na laringe, provocando uma vibração nas cordas vocais e produzindo som. Na face anterior do pescoço forma-se a proeminência laríngea, chamada de pomo de Adão, que é mais visível nos homens que nas mulheres.

Traquéia

A traquéia é um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 de diâmetro e suas paredes são reforçadas por uma série de anéis de cartilagem que impedem que as paredes se colapsem.

A traquéia bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios.

O epitélio é formado por células ciliadas e células secretoras. Estes cílios servem para remover as partículas e microorganismos que entram com o ar inalado. O muco produzido pelas células secretoras serve como uma barreira também.

Pulmão

Os brônquios penetram no pulmão através do hilo. Esses brônquios ramificam-se várias vezes, originando os bronquíolos, que penetram no lóbulo pulmonar e ramificam-se, formando os bronquíolos terminais, que originam os bronquíolos respiratórios, que terminam nos alvéolos pulmonares.




Os pulmões possuem consistência esponjosa, que está relacionada com a quantidade de sacos alveolares.

O formato do pulmão lembra um cone e é revestido por uma membrana dupla serosa chamada pleura. Os dois pulmões são separados pelo mediastino, local onde está o coração, o esôfago, timo, artérias, veias e parte da traquéia.

O diafragma é um músculo situado abaixo do pulmão, e é onde ele se apóia. Separa o tórax do abdome e está relacionado com os movimentos da respiração.

Sistema respiratório

Ventilação Pulmonar

Nossas células necessitam, enquanto vivas e desempenhando suas funções, de um suprimento contínuo de oxigênio para que, num processo químico de respiração celular, possam gerar a energia necessária para seu perfeito funcionamento e produção de trabalho.

Da mesma forma que um motor de automóvel necessita, para produzir seu trabalho mecânico, além da fonte de energia orgânica fornecida pelo combustível (gasolina, álcool ou diesel), de fornecimento constante de oxigênio; da mesma forma que uma chama num palito de fósforo, para permanecer acesa necessita, além da matéria orgânica presente na madeira do palito, também de oxigênio, nossas células também, para manterem seu perfeito funcionamento necessitam, além da fonte de energia proporcionada pelos diversos alimentos, de um fornecimento constante de oxigênio.

O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera. E para captá-lo necessitamos de nosso aparelho respiratório. Através deste, parte do oxigênio da atmosfera se difunde através de uma membrana respiratória e atinge a nossa corrente sanguínea, é transportado pelo nosso sangue e levado às diversas células presentes nos diversos tecidos. As células, após utilizarem o oxigênio, liberam gás carbônico que, após ser transportado pela mesma corrente sanguínea, é eliminado na atmosfera também pelo mesmo aparelho respiratório.

Para que seja possível uma adequada difusão de gases através da membrana respiratória, oxigênio passando do interior dos alvéolos para o sangue presente nos capilares pulmonares e o gás carbônico se difundindo em sentido contrário, é necessário um processo constante de ventilação pulmonar.

A ventilação pulmonar consiste numa renovação contínua do ar presente no interior dos alvéolos. Para que isso ocorra é necessário que, durante o tempo todo, ocorram movimentos que proporcionem insuflação e desinsuflação de todos ou quase todos os alvéolos. Isso provoca, no interior dos alvéolos, uma pressão ligeiramente, ora mais negativa, ora mais positiva do que aquela presente na atmosfera.

Durante a inspiração, devido a uma pressão intra-alveolar de aproximadamente 3 mmHg. mais negativa do que a atmosférica, uma certa quantidade de ar atmosférico é inalado pelo aparelho respiratório; durante a expiração, devido a uma pressão intra-alveolar de aproximadamente 3 mmHg. mais positiva do que a atmosférica, a mesma quantidade de ar é devolvida para a atmosfera.

Para que possamos insuflar e desinsuflar nossos alvéolos, devemos inflar e desinflar nossos pulmões. Isso é possível através de movimentos que acarretem aumento e redução do volume no interior da nossa caixa torácica, onde nossos pulmões estão localizados.

Podemos expandir o volume de nossa caixa torácica levantando nossas costelas e contraindo o nosso músculo diafragma. Para retrairmos o volume da caixa torácica fazemos exatamente o contrário: rebaixamos nossas costelas enquanto relaxamos o nosso diafragma.

Portanto temos diversos músculos que nos são bastante importantes durante nossa respiração:

Músculos utilizados na inspiração: diafragma, esternocleidomastoideos, intercostais externos, escalenos, serráteis anteriores.

Músculos utilizados na expiração: intercostais internos, retos abdominais e demais músculos localizados na parede anterior do abdômen.

Ampliar

Durante a inspiração e durante a expiração, o ar passa por diversos e diferentes segmentos que fazem parte do aparelho respiratório:

Nariz: É o primeiro segmento por onde, de preferência, passa o ar durante a inspiração. Ao passar pelo nariz, o ar é filtrado, umidificado e aquecido. Na impossibilidade eventual da passagem do ar pelo nariz, tal passagem pode acontecer por um atalho, a boca. Mas infelizmente, quando isso acontece, o ar não sofre as importantes modificações descritas acima.
Faringe: Após a passagem pelo nariz, antes de atingir a laringe, o ar deve passar pela faringe, segmento que também serve de passagem para os alimentos.
Laringe: Normalmente permite apenas a passagem de ar. Durante a deglutição de algum alimento, uma pequena membrana (epigloge) obstrui a abertura da laringe, o que dificulta a passagem fragmentos que não sejam ar para as vias respiratórias inferiores. Na laringe localizam-se também as cordas vocais, responsáveis para produção de nossa voz.
Traquéia: Pequeno tubo cartilaginoso que liga as vias respiratórias superiores às inferiores, logo abaixo.
Brônquios: São numerosos e ramificam-se também numerosamente, como galhos de árvore. Permitem a passagem do ar em direção aos alvéolos.
Bronquíolos: Mais delgados, estão entre os brônquios e os sacos alveolares, de onde saem os alvéolos.

Por toda a mucosa respiratória, desde o nariz até os bronquíolos, existem numerosas células ciliadas, com cílios móveis, e grande produção de muco. Tudo isso ajuda bastante na constante limpeza do ar que flui através das vias respiratórias.

Os alvéolos apresentam uma certa tendência ao colabamento. Tal colabamento somente não ocorre normalmente devido à pressão mais negativa presente no espaço pleulra, o que força os pulmões a se manterem expandidos. O grande fator responsável pela tendência de colabamento dos alvéolos é um fenômeno chamado Tensão Superficial. A Tensão Superficial ocorre no interior dos alvéolos devido a grande quantidade de moléculas de água ali presente e revestindo, inclusive, toda a parede interna dos alvéolos. A Tensão Superficial no interior dos alvéolos certamente seria bem maior do que já o é se não fosse a presença, nos líquidos que revestem os alvéolos, de uma substância chamada surfactante pulmonar. O surfactante pulmonar é formado basicamente de fosfolipídeos (dipalmitoil lecitina) por células presentes no epitélio alveolar. A grande importância do surfactante pulmonar é sua capacidade de reduzir significativamente a tensão superficial dos líquidos que revestem o interior dos aléolos e demais vias respiratórias.

Volumes e Capacidades Pulmonares

A cada ciclo respiratório que executamos, um certo volume de ar entra e sai de nossas vias respiratórias durante uma inspiração e uma expiração, respectivamente. Em uma situação de repouso, em um jovem e saudável adulto, aproximadamente 500 ml de ar entram e saem a cada ciclo. Este volume de ar, que inspiramos e expiramos normalmente a cada ciclo, corresponde ao que chamamos de Volume Corrente.

Além do volume corrente, inspirado em uma respiração normal, numa situação de necessidade podemos inspirar um volume muitas vezes maior, numa inspiração forçada e profunda. Tal volume é chamado de Volume de Reserva Inspiratório e corresponde a, aproximadamente, 3.000 ml de ar num jovem e saldável adulto.

Da mesma forma, se desejarmos, podemos expirar profundamente, além do volume que normalmente expiramos em repouso, um maior volume de ar que é denominado Volume de Reserva Expiratório e corresponde a, aproximadamente, 1.100 ml.

Mesmo após uma expiração profunda, um considerável volume de ar ainda permanece no interior de nossas vias aéreas e de nossos alvéolos. Trata-se do Volume Residual, de aproximadamente 1.200 ml.

O Volume de Reserva Inspiratório somado ao Volume Corrente corresponde ao que chamamos de Capacidade Inspiratória (aprox. 3.500 ml).

O Volume de Reserva Expiratório somado ao Volume Residual corresponde ao que chamamos de Capacidade Residual Funcional (aprox. 2.300 ml).

O Volume de Reserva Inspiratório somado ao Volume Corrente mais o Volume de Reserva Expiratório corresponde à Capacidade Vital (aprox. 4.600 ml).

Finalmente, a soma dos Volumes Corrente, de Reserva Inspiratório, de Reserva Expiratório mais o Volume Residual, corresponde à nossa Capacidade Pulmonar Total (aprox. 5.800 ml).

Se multiplicarmos o volume de ar inspirado e expirado normalmente pela frequência respiratória (número de ciclos respiratórios a cada minuto), obteremos o volume de ar inspirado e expirado durante 1 minuto: Tal volume é conhecido como Volume Minuto Respiratório (aprox. 6.000 ml/min):
Volume Minuto Respiratório = Volume Corrente.Frequência Respiratória

Se subtrairmos o Volume Corrente daquele volume que permanece no interior de nosso espaço morto anatômico-fisiológico (aprox. 150 ml), obteremos o noso Volume Alveolar (350 ml):
Volume Alveolar = Volume Corrente - Volume do Espaço Morto

O Volume Alveolar multiplicado pela frequência respiratória nos traz um valor que é conhecido como Ventilação Alveolar (4.200 ml/min):
Ventilação Alveolar = (Vol. Corrente - Vol. espaço morto). req. Respiratória

Trocas Gasosas

O ar atmosférico, que respiramos, é composto basicamente dos seguintes elementos: Nitrogênio, Oxigênio, Gás Carbônico e Água.

Quando o inalamos, conforme o ar vai passando através de nossas vias respiratórias, durante a inspiração, sofre algumas modificações quanto às proporções de seus elementos básicos, pois ocorre uma signifiativa umidificação do ar e este se mistura com um outro ar muito mais rico em dióxido de carbono, que se difunde constantemente do sangue dos capilares pulmonares para o interior dos alvéolos.

O sangue venoso bombeado pelo ventrículo direito chega aos pulmões e flui pelos capilares pulmonares com pressões parciais de oxigênio e gás carbônico, respectivamente, de 40 mmHg. e 45 mmHg.

Na medida em que este sangue venoso flui pelos capilares pulmonares o oxigênio, em maior pressão no interior dos alvéolos (104 mmHg.) do que no sangue (40 mmHg.) se difunde do ar alveolar para o sangue. Já o gás carbônio, em maior pressão no sangue venoso (45 mmHg.) do que no ar alveolar (40 mmHg.), difunde-se em sentido contrário.

Desta forma o sangue, após circular pelos capilares pulmonares, retorna ao coração (átrio esquerdo) através das veias pulmonares, com pressões parciais de oxigênio e gás carbônico de, respectivamente, 95 mmHg. e 40 mmHg.

O coração então, através do ventrículo esquerdo, ejeta este sangue para a circulação sistêmica. Através desta o sangue fluirá por uma riquíssima rede de capilares teciduais. Ao passar por tecidos que se encontram com baixa concentração de oxigênio, este se difunde do sangue para os tecidos e depois para as células, que o consomem constantemente. Em troca, estas mesmas células fornecem o gás carbônico que, em maior concentração no interior destas células e nos tecidos do que no sangue, difundem-se em sentido contrário, isto é, das células para os tecidos e destes para o sangue.

O sangue retorna, então, novamente para o coração (átrio direito), pobre em oxigênio e mais rico em gás carbônico. O coração novamente o ejeta à circulação pulmonar e tudo se repete.

Transporte Dos Gases No Sangue:

Quase todo o oxigênio é transportado, no sangue, ligado à hemoglobina, presente em grande quantidade no interior das hemácias.

Já o gás carbônico, apenas 23% é transportado ligado à hemoglobina (carbamino-hemoglobina). Cerca de 7% é transportado livre, dissolvido no plasma e, os 70% restantes, na forma de bicarbonato. Para se transformar em bicarbonato, inicialmente o gás carbônico se difunde para o interior da hemácia. Em seguida reage com água lá presente e, graças a uma enzima chamada anidrase carbônica, forma ácido carbônico. O ácido carbônico rapidamente se dissocia em hidrogênio livre mais íon bicarbonato. Este sai da hemácia ao mesmo tempo em que o íon cloreto entra, e segue transportado no plasma.

Regulação da Respiração

Durante uma situação de repouso inspiramos e expiramos aproximadamente 500 ml de ar a cada ciclo. Em repouso executamos aproximadamente 12 ciclos a cada minuto. Portanto, aproximadamente 6.000 ml de ar entram e saem de nossas vias aéreas durante 1 minuto.

Quando executamos uma atividade física aumentada, nossas células produzem uma quantidade bem maior de gás carbônico e consomem também quantidade bem maior de oxigênio. Por isso devemos aumentar também bastante nossa ventilação pulmonar pois, caso isso não ocorra, teremos no nosso sangue uma situação de hipercapnia e hipóxia. Tanto a hipercapnia quanto a hipóxia podem nos levar a um estado de acidose. A acidose, se não tratada, pode nos levar a um estado de coma e, posteriormente, à morte.

Tudo isso normalmente é evitado graças a um mecanismo automático que regula, a cada momento, nossa respiração, de acordo com a nossa necessidade a cada instante.

No tronco cerebral, na base do cérebro, possuimos um conjunto de neurônios encarregados de controlar a cada instante a nossa respiração: Trata-se do Centro Respiratório.

O Centro Respiratório é dividido em várias áreas ou zonas com funções específicas cada uma:

Zona Inspiratória:

É a zona responsável por nossa inspiração. Apresenta células auto-excitáveis que, a cada 5 segundos aproximadamente, se excitam e fazem com que, durante aproximadamente 2 segundos nos inspiremos. A partir desta zona parte um conjunto de fibras (via inspiratória) que descem através da medula e se dirigem a diversos neurônios motores responsáveis pelo controle dos nossos diversos músculos da inspiração.

Zona Expiratória:

Quando ativada, emite impulsos que descem através de uma via expiratória e que se dirigem a diversos neurônios motores responsáveis pelos nossos músculos da expiração. Através de um mecanismo de inibição recíproca, quando esta zona entra em atividade, a zona inspiratória entra em repouso, e vice-versa. Durante uma respiração em repouso a zona expiratória permanece constantemente em repouso, mesmo durante a expiração. Acontece que, em repouso, não necessitamos utilizar nossos músculos da expiração, apenas relaxamos os músculos da inspiração e a expiração acontece passivamente.

Zona Pneumotáxica:

Constantemente em atividade, tem como função principal inibir (ou limitar) a inspiração. Emite impulsos inibitórios à zona inspiratória e, dessa forma, limita a duração da inspiração. Portanto, quando em atividade aumentada, a inspiração torna-se mais curta e a frequência respiratória, consequentemente, aumenta.

Zona Quimiossensível:

Situada entre as zonas inspiratória e expiratória, controla a atividade de ambas. Quanto maior a atividade da zona quimiossensível, maior será a ventilação pulmonar. Esta zona aumenta sua atividade especialmente quando certas alterações gasométricas ocorrem: Aumento de Gás Carbônico, Aumento de íons Hidrogênio livres (redução de pH) e, em menor grau, redução de Oxigênio.

O fator que provoca maior excitação na zona quimiossensível, na verdade, é o aumento na concentração de íons Hidrogênio livres no meio, isto é, uma situação de acidose.

Mas acontece que, na prática, verificamos que um aumento de gás carbônico no sangue (hipercapnia) provoca muito mais o aumento na atividade da zona quimiossensível do que um aumento na concentração de Hidrogênio em igual proporção no sangue. Isso ocorre porque o gás carbônico apresenta uma solubilidade muitas vezes maior do que a do hidrogênio e, com isso, atravessa a membrana das células nervosas com muito mais facilidade. No interior das células da zona quimiossensível, o gás carbônico reage com a água lá presente e, graças à enzima anidrase carbônica, rapidamente forma ácido carbônico. Este, então, se dissocia formando íon bicarbonato + íon Hidrogênio livre, sendo este último exatamente o que mais excita a zona quimiossensível.

A hipóxia também excita a zona quimiossensível, mas de uma outra maneira bem diferente: Na croça da aorta e nos seios carotídeos existem receptores muito sensíveis a uma queda na concentração de oxigênio no sangue: os quimioceptores (aórticos e carotídeos). Quando a concentração de oxigênio no sangue se torna mais baixo do que a desejável, estes receptores se excitam mais intensamente e enviam sinais à zona quimiossensível aumentando a excitabilidade desta e, com isso, aumentando a ventilação pulmonar.

Efeitos da Atividade Física na Ventilação Pulmonar

Um aumento da atividade física também provoca aumento na ventilação pulmonar de outras formas:

Impulsos provenientes da área motora cortical, responsável pelo comando consciente de nossa atividade motora, ao se dirigirem para baixo, em direção à medula, passam pelo tronco cerebral (além de outras áreas) e fazem conecções com alguns neurônios desta região. Isso pode provocar aumento na ventilação pulmonar, muitas vezes mesmo antes que as alterações gasométricas (hipercapnia, hipóxia ou acidose) aconteçam.

Movimentos passivos também podem aumentar a ventilação pulmonar: Na profundidade de nossos músculos esqueléticos, nos tendões e mesmo no interior de muitas das nossas cápsulas articulares, possuímos receptores que se excitam a cada movimento dessas estruturas. Ao se excitarem, enviam impulsos que se dirigem à medula e também, muitas vezes, ao encéfalo, passando pelo tronco cerebral e fazendo conexões com neurônios do Centro Respiratório.